sexta-feira, 12 de agosto de 2011

AJUDA-TE QUE OS CÉUS TE AJUDARÁ

Narra-se que um sábio caminhava com os discípulos por uma estrada tortuosa, quando encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus que o auxiliasse a tirar seu carro do atoleiro.
Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram.
Alguns quilômetros à frente, havia um outro homem que tinha, igualmente, o carro atolado num lodaçal. Esse, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo empenho liberar o veículo.
Comovido, o sábio propôs aos discípulos ajudá-lo.

Reuniram todas as forças e conseguiram retirar o transporte do atoleiro. Após os agradecimentos, o viajante se foi feliz.
Os aprendizes surpresos, indagaram ao sábio: Senhor, o primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até praguejava, recebeu nosso apoio. Por quê?
Sem perturbar-se, o sábio respondeu: Aquele que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.

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AJUDA-TE QUE O CÉU TE AJUDARÁ
Com estas palavras, Jesus animava a seus discípulos, a fim de que não caíssem no abatimento e no desânimo. Que o mau êxito costumava acarretar.
A máxima "Ajuda-te que o Céu te Ajudará" é semelhante ao "busca e acharás". É o princípio da lei do trabalho e da lei do progresso. É a esperança no meio das dificuldades acerbas que a alma passa neste planeta de provas e expiações. É o consolo de uma vida melhor ante o desgaste de nosso corpo físico. É a realização da justiça divina ante as injustiças humanas.
A perseverança fortalece, melhora e garante o bom êxito às nossas resoluções, às nossas obras e à nossa fé, tornando-nos dignos da atenção do Mestre que, pelos nossos esforços renovados, nos concede o que antes não concedera, quanto ainda não estávamos seguros de nós mesmos.
Diz-nos o Evangelho que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Ou seja, tudo o que semearmos de bom ou de ruim, um dia colheremos. Quer dizer, talvez não percebamos de pronto, mas cada um de nós se dá por aquilo que se troca. É que o tempo, uma lima que trabalha e não faz ruído, caminha corajoso e resolvido como o relógio durante as tempestades. Nesse sentido, embora não estejamos percebendo a ajuda nesta encarnação, tudo fica registrado no tempo e, possivelmente, numa próxima encarnação poderemos vir com os créditos desta existência.
Coisa alguma deve o homem fazer ou empreender, sem primeiro invocar e implorar a assistência do Senhor (Deus) que, cheio sempre de bondade, sabe o que convém a seus filhos e lhes dá, segundo esse critério, o que necessitem, muito embora sejam eles as mais das vezes tão cegos e ingratos, que lhe não percebem os providenciais desígnios.
Saibamos olhar além do pânico, da confusão, da adversidade. Uma força estranha apodera-se de nós e conseguimos vislumbrar novas luzes para a ascensão do nosso Espírito.
Nós quase sempre pedimos, sem sabermos se nos convém ou não aquilo que desejamos, se está de acordo com a natureza das provas que devamos sofrer. Ele, porém, que é nosso Pai e tudo sabe acerca de cada um de nós, nos alimenta de conformidade com a nossa constituição.
O esforço na busca da perfeição deve ter destaque especial. Sem ele nada de concreto podemos realizar. É aí que reside a tônica dessa máxima. Primeiro temos que nos ajudar, ou seja, acionar todas as nossas potencialidades para a solução de um problema, de uma dificuldade. Depois, como que por acréscimo de misericórdia, a divindade encaminha a solução para uma direção que nem sequer estávamos imaginando.
Precisamos nos mover em direção daquilo que desejamos conseguir, exigindo o uso da inteligência, sabedoria e ânimo.
Caminhando com as próprias pernas, não ficaremos sedentários e alcançaremos os nossos objetivos, fortalecidos na realização de nossas tarefas, e não há ninguém que faça isso por nós.
É assim que Deus promove o progresso humano, fazendo com que o homem necessitando em satisfazer-se no bem, procure com isto, dilatar suas aptidões, possibilitando assim o seu desenvolvimento intelectual e moral, esta é a razão para a qual nos criou.
Não devemos nos preocupar em acumular tesouros materiais, necessitamos o mais breve possível é de nos desapegarmos das coisas provisórias para que a nossa bagagem não fique tão pesada, dificultando a nossa marcha evolutiva.
Não devemos inquietar-nos pelo dia de amanhã, pois as dificuldades de hoje já nos bastam. Devemos lembrar que os bens terrenos são extinguíveis, ao passo que os do espírito são eternos. Sempre teremos o necessário, pois Deus provê e a Terra sempre terá como sustentar seus habitantes.
O Espiritismo vem nos fazer entender a lei natural ou divina; a lei de adoração; a lei do trabalho; a lei de reprodução; a lei de conservação; a lei de destruição; a lei de sociedade; a lei do progresso; a lei de igualdade; a lei de liberdade; a lei de justiça, amor e caridade; a perfeição moral; entre outras verdades...
Serve-nos como manual de bem viver, um roteiro seguro para o viajante, pois é a essência dos ensinamentos do Mestre Jesus.
Peçamos-Lhe o pão da vida e Ele nos facultará abundantes meios de o adquirirmos. Conceder-nos-á luz, para compreendermos por que sofremos, e as forças da fé e da humildade, para sofrermos com paciência, resignação e amor as mais rigorosas provas.
Se nem sempre nos concede a graça que Lhe solicitamos, é porque vê, que, em vez de ser para nós um bem, grande mal poderia trazer-nos. Mas, ao filho que se Lhe dirige com sinceridade, abre-lhe Ele o entendimento que dá o “bom Espírito”, isto é, a capacidade de amá-lo e a inteligência das coisas sob a influência espírita, permitindo que seus mensageiros o esclareçam. De posse dessa graça, compreende o homem os ensinos do Mestre; esforça-se pelos praticar, e jamais desespera do seu amor e da sua justiça.

Conclusão:

Boa parte da humanidade costuma agir como o primeiro viajante (Estória citada anteriormente). Diante das dificuldades, que parecem insolúveis, acomodam-se, esperando que Deus faça a parte que lhes cabe para a solução do problema.
Todos podem e devem empregar esforços para melhorar a situação em que se encontram.
Há pessoas que desejam ver os obstáculos retirados do caminho por mãos invisíveis, esquecidas de que esses obstáculos, em sua maioria, foram ali colocados por elas mesmas, cabendo a elas agora, a responsabilidade de retirá-los.
Alguns se deixam cair no amolentamento, alegando que a situação está difícil e que não adianta lutar.
Outros não dispõem de perseverança, abandonando a luta após ligeiros esforços.
Com propriedade afirma a sabedoria popular que pedra que rola não cria limo, sugerindo alteração de rota, movimento, dinamismo, realização.
Não basta pedir ajuda a Deus, é preciso buscar, conforme o ensino de Jesus: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.
Devemos, portanto, fazer a nossa parte que Deus nos ajudará no que não estiver ao nosso alcance resolver.

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Seria ideal que, sem reclamar e pensando corretamente, fizéssemos esforços para retirar do atoleiro o carro da nossa existência, a fim de seguirmos adiante felizes, com coragem e disposição. Confiantes de que Deus sustentará as nossas forças para que possamos triunfar.

Pensemos nisso!

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